domingo, 1 de setembro de 2013

O professor bem orientado

Ao longo de minha carreira como professora, sempre valorizei o diálogo com o grupo, a conversa particular com o aluno, os lembretes, as orientações e comandas coletivas, que validam nossa função de educar, mas que fazem parte dos valores que trazemos  e nossa maneira de ver a vida. 

O professor bem orientado certamente terá mais motivação e segurança para lidar com as condições de cada ser que aprende e suas particularidades, e a criança, mais foco e mais atenção. Por esta razão, cito neste artigo alguns pontos crucias para o ambiente escolar, chamo de contrato comportamental, o que pode e deve ser mediado nesta relação para oferecer um espaço que possibilite ao aprendente ocupar um lugar possível de encontrar o prazer de aprender, e, ao professor mais crédito em sua comunicação verbal.

No meu singelo entendimento, conhecer, para Piaget, significa o indivíduo adaptar-se ao meio em que vive, mas, como vive no ambiente e como consegue adaptar-se? Este é o ponto, constituir as experiências, os conflitos e o cotidiano em um ambiente integrado: as orientações dos pais, claro, e da escola. Nesse processo, as estruturas estabelecidas, suas elaborações emocionais e comportamentais, levam  à construção de suas relações a sua maneira, ou seja, sua vivência, o que evidentemente, diferencia a todos entre si em uma sala de aula, e, muitas vezes deixa o professor desprovido de estratégias. 

Ajudar  o aluno na manutenção e organização de seu papel de estudante, não só favorecem sua segurança, como contribuem de forma significativa para a sistematização de sua aprendizagem e de um ambiente escolar mais acolhedor.

Acompanhem o que chamo de contrato, ou muitos colegas, chamam de combinados:

v  Repita suas ordens sempre que necessário. Você ajuda o aluno mais disperso a aumentar seu foco de atenção.
v  Repita o que já foi dito de forma objetiva, por exemplo: é assim que se senta; é assim que segura o lápis; ou, é assim que arruma o papel.
v  Invente com a criança algumas rimas ou códigos para estimular a memória, são divertidos e sugestivos em qualquer prática, para qualquer disciplina, como fazem os brilhantes professores dos cursinhos. Peça sugestões ao grupo, ou a um aluno em especial e paricularmente. 
v  Olhe sempre em seus olhos, estimula a confiança e acalma.
v  Sinalize sempre que possível, o início, meio e fim da tarefa, é bastante estimulante.
v  Valorize comportamentos mais adaptativos, ou seja, não exponha aquilo que não é aceitável no ambiente escolar. Exemplo: foi bem legal você entregar a agenda no momento em que eu avisei, ou, muito legal sua letra, sua organização.
v  Use marcadores de tempo diretos, como: quando eu me levantar da mesa, vou até você, ou, quando eu terminar esta frase na lousa, vou até você, porque diminuem a ansiedade gerada pelas seguintes falas: espere um pouco, um momento, já vou... e outras.
v  Lembre a importância do espaço pessoal, converse com a criança sobre a distância que deve ter do outro, geralmente um braço.

Acredito nesta proposta! É uma das formas de ensinar o aluno a se adaptar e a se planejar. Cuidadosamente, ela mostra a importância da aprendizagem segura, respeitosa e, sobretudo afetiva, pois, estas ações psicopedagógicas, propiciam a autonomia e levam o sujeito a encontrar uma convivência mais interessante e adaptável  à escola.

Bom trabalho!