O professor bem orientado
Ao longo de minha carreira como professora, sempre valorizei
o diálogo com o grupo, a conversa particular com o aluno, os lembretes, as
orientações e comandas coletivas, que validam nossa função de
educar, mas que fazem parte dos valores que trazemos e nossa maneira de ver a vida.
O professor bem orientado certamente terá mais motivação e segurança
para lidar com as condições de cada ser que aprende e suas particularidades, e a criança, mais foco e mais atenção. Por
esta razão, cito neste artigo alguns pontos crucias para o ambiente escolar, chamo
de contrato comportamental, o que pode e deve ser mediado nesta relação para oferecer um espaço que possibilite ao aprendente ocupar um lugar possível de
encontrar o prazer de aprender, e, ao professor mais crédito em sua comunicação verbal.
No meu singelo entendimento, conhecer, para Piaget, significa o indivíduo adaptar-se ao meio em que vive, mas, como vive no ambiente e como consegue
adaptar-se? Este é o ponto, constituir as experiências, os conflitos e o
cotidiano em um ambiente integrado: as orientações dos pais, claro, e da escola.
Nesse processo, as estruturas estabelecidas, suas elaborações emocionais e
comportamentais, levam à construção de suas relações a sua maneira, ou
seja, sua vivência, o que evidentemente, diferencia a todos
entre si em uma sala de aula, e, muitas vezes deixa o professor desprovido de
estratégias.
Ajudar o aluno na manutenção e organização de seu papel de estudante, não só favorecem sua segurança, como contribuem de forma significativa para a sistematização de sua aprendizagem e de um ambiente escolar mais acolhedor.
Acompanhem o que chamo de contrato, ou muitos colegas, chamam
de combinados:
v
Repita
suas ordens sempre que necessário. Você ajuda o aluno mais disperso a aumentar seu foco de atenção.
v
Repita
o que já foi dito de forma objetiva, por exemplo: é assim que se senta; é assim
que segura o lápis; ou, é assim que arruma o papel.
v
Invente
com a criança algumas rimas ou códigos para estimular a memória, são divertidos
e sugestivos em qualquer prática, para qualquer disciplina, como fazem os
brilhantes professores dos cursinhos. Peça sugestões ao grupo, ou a um aluno em especial e paricularmente.
v
Olhe
sempre em seus olhos, estimula a confiança e acalma.
v
Sinalize
sempre que possível, o início, meio e fim da tarefa, é bastante estimulante.
v
Valorize
comportamentos mais adaptativos, ou seja, não exponha aquilo que não é
aceitável no ambiente escolar. Exemplo: foi bem legal você entregar a agenda no
momento em que eu avisei, ou, muito legal sua letra, sua organização.
v
Use
marcadores de tempo diretos, como: quando eu me levantar da mesa, vou até você,
ou, quando eu terminar esta frase na lousa, vou até você, porque diminuem a
ansiedade gerada pelas seguintes falas: espere um pouco, um momento, já vou...
e outras.
v
Lembre
a importância do espaço pessoal, converse com a criança sobre a distância que
deve ter do outro, geralmente um braço.
Acredito nesta proposta! É uma das formas de ensinar o aluno a
se adaptar e a se planejar. Cuidadosamente, ela mostra a importância da
aprendizagem segura, respeitosa e, sobretudo afetiva, pois, estas ações
psicopedagógicas, propiciam a autonomia e levam o sujeito a encontrar uma
convivência mais interessante e adaptável à escola.
Bom trabalho!