Na semana passada,
conversando com uma doce e feliz professora americana da escola onde trabalho, contava-me
de sua vontade de entender as crianças, de seu interesse pelo pensamento
infantil e da importância de nossa postura profissional. Espantada ressaltou as
diferenças culturais entre o país dela e o nosso e seus impactos na Educação.
Conseguimos nos comunicar acerca do tema e com muito carinho, me sugeriu este
título:
''
Love and limit ''.
É difícil falar sobre
o amor! Quantos escritores passaram a vida falando sobre ele! Quantos até hoje
falam? Passei muito tempo pensando a respeito até escrever este pequeno
artigo para chegar a uma conclusão muito simples: amar! Amar o que faz e buscar
entender o outro, são ingredientes indispensáveis na relação mediada.
O limite passa pelo
afeto, portanto, ouvir com atenção, falar com os olhos, sorrir com a voz,
afagar, demonstrar compreensão, abraçar, dar colo..., sempre! São sinalizadores
de acolhimento e isto afeta a criança!
Com a segurança do
adulto, o sujeito assegura-se de que você entende o que se passa com ele,
entretanto, é você quem sabe o que é prioridade diante das situações
relevantes. Seu tom de voz deve
comunicar o fato de que você, pai, mãe, ou professor, está na linha de frente e
de forma séria, e assim, compreenderá a firmeza de suas intenções em manejar o
comportamento dele. Fica a mensagem: '' Eu entendo o que acontece com você. ''
Ao entender o
temperamento e classificá-lo de uma área muito fácil à outra mais difícil de manejar,
pode contribuir para a qualidade das relações. Há escritores que definem nove
temperamentos infantis: temperamento ativo; persistente tanto para o que gosta
quanto para a teimosia; adaptável; retraído; intenso; regular; humor instável;
sensorial às reações dos estímulos externos de luz, cor, tato e olfato. Demonstrar
que você entende a criança, é verdadeiramente perceber questões de
temperamento, ou seja, o estilo de comportamento natural e inato dela. É
o como e não o por que. Explico.
As características temperamentais
podem criar situações tensas. A criança fica chateada, aborrecida, e, os adultos,
nervosos, sem jeito. A questão não é por que a criança se comporta de tal
forma, mas como ela se comporta diante de um desagrado, como se expressa? Fica
de cara feia? Chora e reclama? Grita? Fica muito agitada? Descontrola-se?
Observe o estilo da
criança e a adaptação que construíram ao ambiente. Educação com mediação de
conflito é aprendizado para o adulto, principalmente, pois, as primeiras
mudanças comportamentais podem ser um aviso. É hora de atitude! Diga com
amabilidade:
_'' Eu percebi que você
está ficando muito agitado. Acalme-se ou terá que deixar de fazer isso que está
fazendo. ''
Defina claramente o
que é aceitável, mas lembre-se: autoconfiança, habilidade e objetividade.
Mostre à criança que você compreende seu comportamento de forma clara:
_'' Eu sei que você
não gosta de ficar muito tempo sentado, eu entendo, mas vamos treinar cinco
minutos a mais por dia, ou, vou te ensinar a se alongar um pouco para voltar à
cadeira. ''
_'' Eu sei que você
está descontrolado, você irá para seu quarto agora para se acalmar e vai ficar
bem. ''
_'' Vamos conversar
uns instantes fora da sala e em seguida voltará a trabalhar. ''
Estes exemplos,
demonstram acolhimento, que você entende o temperamento agitado e soube dar limite.
O enfoque de ser
amável é, sobretudo, preparar a criança para ter êxito nas situações novas e
esta tarefa exige tempo, esforço e amor. Amor e limite!
Liliam Abrão Martins,
Professora, Psicopedagoga