domingo, 11 de maio de 2014

Amor e limite



Na semana passada, conversando com uma doce e feliz professora americana da escola onde trabalho, contava-me de sua vontade de entender as crianças, de seu interesse pelo pensamento infantil e da importância de nossa postura profissional. Espantada ressaltou as diferenças culturais entre o país dela e o nosso e seus impactos na Educação. Conseguimos nos comunicar acerca do tema e com muito carinho, me sugeriu este título: 

'' Love and limit ''.

É difícil falar sobre o amor! Quantos escritores passaram a vida falando sobre ele! Quantos até hoje falam? Passei muito tempo pensando a respeito até escrever este pequeno artigo para chegar a uma conclusão muito simples: amar! Amar o que faz e buscar entender o outro, são ingredientes indispensáveis na relação mediada.

O limite passa pelo afeto, portanto, ouvir com atenção, falar com os olhos, sorrir com a voz, afagar, demonstrar compreensão, abraçar, dar colo..., sempre! São sinalizadores de acolhimento e isto afeta a criança!

Com a segurança do adulto, o sujeito assegura-se de que você entende o que se passa com ele, entretanto, é você quem sabe o que é prioridade diante das situações relevantes. Seu tom de voz deve comunicar o fato de que você, pai, mãe, ou professor, está na linha de frente e de forma séria, e assim, compreenderá a firmeza de suas intenções em manejar o comportamento dele. Fica a mensagem: '' Eu entendo o que acontece com você. ''

Ao entender o temperamento e classificá-lo de uma área muito fácil à outra mais difícil de manejar, pode contribuir para a qualidade das relações. Há escritores que definem nove temperamentos infantis: temperamento ativo; persistente tanto para o que gosta quanto para a teimosia; adaptável; retraído; intenso; regular; humor instável; sensorial às reações dos estímulos externos de luz, cor, tato e olfato. Demonstrar que você entende a criança, é verdadeiramente perceber questões de temperamento, ou seja, o estilo de comportamento natural e inato dela. É o como e não o por que. Explico.

As características temperamentais podem criar situações tensas. A criança fica chateada, aborrecida, e, os adultos, nervosos, sem jeito. A questão não é por que a criança se comporta de tal forma, mas como ela se comporta diante de um desagrado, como se expressa? Fica de cara feia? Chora e reclama? Grita? Fica muito agitada? Descontrola-se?

Observe o estilo da criança e a adaptação que construíram ao ambiente. Educação com mediação de conflito é aprendizado para o adulto, principalmente, pois, as primeiras mudanças comportamentais podem ser um aviso. É hora de atitude! Diga com amabilidade:
_'' Eu percebi que você está ficando muito agitado. Acalme-se ou terá que deixar de fazer isso que está fazendo. ''

Defina claramente o que é aceitável, mas lembre-se: autoconfiança, habilidade e objetividade. Mostre à criança que você compreende seu comportamento de forma clara:
_'' Eu sei que você não gosta de ficar muito tempo sentado, eu entendo, mas vamos treinar cinco minutos a mais por dia, ou, vou te ensinar a se alongar um pouco para voltar à cadeira. ''
_'' Eu sei que você está descontrolado, você irá para seu quarto agora para se acalmar e vai ficar bem.  ''

_'' Vamos conversar uns instantes fora da sala e em seguida voltará a trabalhar. ''

Estes exemplos, demonstram acolhimento, que você entende o temperamento agitado e soube dar limite.

O enfoque de ser amável é, sobretudo, preparar a criança para ter êxito nas situações novas e esta tarefa exige tempo, esforço e amor. Amor e limite!

Liliam Abrão Martins,
Professora, Psicopedagoga


domingo, 1 de dezembro de 2013

Férias escolares: merecido descanso!


Estudos e especialistas da área de Educação e comportamento mostram que o relacionamento com crianças é muitas vezes difícil. Entender suas elaborações, com suas fases, seus conflitos e características não é uma tarefa fácil, por esta razão, gostaria de compartilhar com vocês algumas questões que considero importantes.

Ao considerarmos a escola como um ambiente regido por estes especialistas que estudam e observam as crianças, podemos acreditar que certamente tais profissionais sejam mais habilidosos nas relações e consigam superar mais facilmente os obstáculos recorrentes, embora nem sempre, isso seja possível, pois educar é uma constante elaboração!

A aplicação prática  e as demandas  diárias da instituição favorecem a constituição de certas regras com as quais a criança aprende a conviver, respeitar e aceitar durante todo o ano escolar. Claro que o inverso também é fato. Há os que não aceitam e não respeitam. Por este motivo, ensinar a criança a se adequar e conviver com o universo estudantil de forma suave e segura é fundamental para seu processo de desenvolvimento e, sobretudo, sua saúde emocional.

É chegada a hora do merecido descanso, das férias escolares. Em contrapartida, é chegada a hora do terror de alguns pais! Tudo o que foi construído durante um ano, com toda a equipe, pode ser valorizado em casa também, com a família! Por isso, digo aos pais que confiem em seus papeis de educadores.
Alguns exemplos comuns podem ajudar nas férias e na vida diária. E se ainda não tentou ou não foi orientado para tal, agora, poderão praticar.   Expliquem à criança que toda atitude tem consequência e toda escolha também. Ela entenderá claramente!

Vamos às regras:

·        Decidam quais regras necessitarão cumprir para controlar o comportamento em questão. Tanto para a criança, como adolescente.
·         Exemplifiquem objetivamente à criança: ­_ ‘’Existe uma regra nesta casa que... Se não o fizer, você perderá... ’’
·        Rapidez no processo. As explicações devem ser breves. Exemplo: _ ‘’ Você fez tal coisa, que não é permitida. A consequência será não ver seu desenho favorito ’’. Ou, para o adolescente, ‘’ ficará sem ir às três próximas festas ‘’.
·        Não negociem! Os pais impõem as regras. Se a criança fizer muitas perguntas e vocês considerarem relevantes, respondam: _ ‘’ Porque essa é a regra. ‘’
·        Evitem diálogos extensos sobre um tema.
·        A criança não tem direito de votar ao ser decidida a sanção escolhida pelos pais. Sejam firmes e sérios. Exemplo: ‘’ Não quero que chame as pessoas por outros nomes. Se o fizer, não lhe deixarei ir ao passeio com seus primos... ‘’

Entendam e acreditem que toda criança funciona melhor quando sabe que os pais falam sério, portanto, sempre cumpram o que prometeram, pois, a criança pode estar experimentando para confirmar se vão cumprir ou não o que disseram. Façam a advertência em voz firme, porém serena, com afabilidade, sem repetir o que foi dito. Podem ocorrer regressões de comportamento ou deslizes, por isso, é preciso reajustar sempre e olhar para as situações como aprendizagem, construção e desenvolvimento.

Confiem na educação de vocês! Estão aprendendo conjuntamente com seus filhos!

Liliam Abrão Martins, Psicopedagoga

domingo, 1 de setembro de 2013

O professor bem orientado

Ao longo de minha carreira como professora, sempre valorizei o diálogo com o grupo, a conversa particular com o aluno, os lembretes, as orientações e comandas coletivas, que validam nossa função de educar, mas que fazem parte dos valores que trazemos  e nossa maneira de ver a vida. 

O professor bem orientado certamente terá mais motivação e segurança para lidar com as condições de cada ser que aprende e suas particularidades, e a criança, mais foco e mais atenção. Por esta razão, cito neste artigo alguns pontos crucias para o ambiente escolar, chamo de contrato comportamental, o que pode e deve ser mediado nesta relação para oferecer um espaço que possibilite ao aprendente ocupar um lugar possível de encontrar o prazer de aprender, e, ao professor mais crédito em sua comunicação verbal.

No meu singelo entendimento, conhecer, para Piaget, significa o indivíduo adaptar-se ao meio em que vive, mas, como vive no ambiente e como consegue adaptar-se? Este é o ponto, constituir as experiências, os conflitos e o cotidiano em um ambiente integrado: as orientações dos pais, claro, e da escola. Nesse processo, as estruturas estabelecidas, suas elaborações emocionais e comportamentais, levam  à construção de suas relações a sua maneira, ou seja, sua vivência, o que evidentemente, diferencia a todos entre si em uma sala de aula, e, muitas vezes deixa o professor desprovido de estratégias. 

Ajudar  o aluno na manutenção e organização de seu papel de estudante, não só favorecem sua segurança, como contribuem de forma significativa para a sistematização de sua aprendizagem e de um ambiente escolar mais acolhedor.

Acompanhem o que chamo de contrato, ou muitos colegas, chamam de combinados:

v  Repita suas ordens sempre que necessário. Você ajuda o aluno mais disperso a aumentar seu foco de atenção.
v  Repita o que já foi dito de forma objetiva, por exemplo: é assim que se senta; é assim que segura o lápis; ou, é assim que arruma o papel.
v  Invente com a criança algumas rimas ou códigos para estimular a memória, são divertidos e sugestivos em qualquer prática, para qualquer disciplina, como fazem os brilhantes professores dos cursinhos. Peça sugestões ao grupo, ou a um aluno em especial e paricularmente. 
v  Olhe sempre em seus olhos, estimula a confiança e acalma.
v  Sinalize sempre que possível, o início, meio e fim da tarefa, é bastante estimulante.
v  Valorize comportamentos mais adaptativos, ou seja, não exponha aquilo que não é aceitável no ambiente escolar. Exemplo: foi bem legal você entregar a agenda no momento em que eu avisei, ou, muito legal sua letra, sua organização.
v  Use marcadores de tempo diretos, como: quando eu me levantar da mesa, vou até você, ou, quando eu terminar esta frase na lousa, vou até você, porque diminuem a ansiedade gerada pelas seguintes falas: espere um pouco, um momento, já vou... e outras.
v  Lembre a importância do espaço pessoal, converse com a criança sobre a distância que deve ter do outro, geralmente um braço.

Acredito nesta proposta! É uma das formas de ensinar o aluno a se adaptar e a se planejar. Cuidadosamente, ela mostra a importância da aprendizagem segura, respeitosa e, sobretudo afetiva, pois, estas ações psicopedagógicas, propiciam a autonomia e levam o sujeito a encontrar uma convivência mais interessante e adaptável  à escola.

Bom trabalho!


terça-feira, 9 de julho de 2013

Boas leituras para as férias

Livros que gostei muito!

Abaixo uma pequena lista de bons títulos. São temas  leves, que fazem bem para a alma e nos trazem conhecimentos.

Comecei por  História do Brasil. O autor com sua pesquisa minuciosa,  conta detalhes de nosso país de forma  surpreendente. Incrível!



Outro tema que me procurou logo ao término destes livros de história, foi a obra psicografada por Chico Xavier, que traz também revelações marcantes e nos esclarece muito.


Para pensar nas questões da existência e do cotidiano, uma obra de 1647, que aborda conflitos que podem ser minimizados em nosso dia dia. Em outras palavras, uma autoajuda do século XVI.


Romance, cultura parisiense e Música. Uma bela combinação que conta detalhes do cotidiano em París de um apaixonado por  piano e a importância do instrumento para sua vida.  Lindo! Adorei!



Mais um romance. Me pareceu água com açúcar, mas também esclarecedor para os aprendizes da doutrina espíríta e com muitas surpresas.

                                                 

Educação. A coragem de um pai que assume a responsabilidade de deixar o filho adolescente em casa sem ir à escola, mas com a tarefa de assistir a três filmes por semana. Incrível!



Espero que gostem e curtam boas leituras nessas férias.








quinta-feira, 6 de junho de 2013

Para apreciar e sonhar


A Casa das Rosas é linda!

É um pedaço da beleza que ficou na Avenida Paulista dos tempos áureos do café. Foi projetada por Ramos de Azevedo,  arquiteto que também projetou  o Teatro Municipal de São Paulo. A Casa foi projetada e construída por seu escritório para sua filha Lúcia, que lá residiu com o marido. 

Vale a pena visitar e sonhar, tomando um bom café nesses dias  frios, olhando para seus jardins envoltos na modernidade dos edifícios. 

A casa está bem conservada, oferece  programas interessantes, como cursos, oficinas para professores e educadores, domingo em família, palestras, recitais e o Coral da Casa das Rosas, que todas as quartas-feiras tem musicalização de poemas. 

A biblioteca Espaço da Palavra é uma sala aconchegante, que possui uma variedade de títulos e você pode se cadastrar para empréstimos de até dois volumes por semana.

Acesse palavra@casadasrosas.org.br 








Dentro da Casa.









A delicadeza de seus jardins

                                       











Adorei! Um ótimo programa!

domingo, 26 de maio de 2013

Pode ser dificuldade de aprendizagem?


É recorrente ouvir na queixa, que um aluno apresenta dificuldade de aprendizagem, porém, é preciso ter cuidado com tal afirmação, porque, dificuldade de aprendizagem não se generaliza, tampouco o atendimento psicopedagógico.

É preciso objetivar a interação entre o profissional e o sujeito e o que se pretende com o trabalho, pois não se tem um instrumento único. Um deles é o autoconhecimento, que é uma constante descoberta . É um processo, por isso, é fundamental o vínculo com o profissional, porque é o sujeito que se modifica – e nesta relação de parceria, pode-se iniciar um trabalho dinâmico, no qual o indivíduo transforma alguma coisa na aprendizagem e passa a construir outra forma de aprender.  Por exemplo,  pode aprender sem conteúdo, na hora do jogo, quando se aproxima ou recusa um aprendizado, as instruções e as regras.

É fato que o psicopedagogo não dá conta de tudo, sobretudo em casos que necessita de uma equipe. Só há intervenção terapêutica se o profissional conseguir interagir, para, em seguida poder planejar para o caso. É importante delinear a intervenção, estabelecer um projeto psicopedagógico, planejar o trabalho mediante as observações coletadas do ‘’mundo ’’ da criança e levá-la a rever sua forma de aprender.

Na avaliação é necessário observar qual rota está comprometida para aplicar estratégias e atitudes psicopedagógicas. O trabalho com Arte, técnicas, desenhos, intervenções na escrita, a hora do jogo, a dramatização, o lúdico, as novas propostas, a conversa, o material trazido pelo indivíduo e outros, direcionam a linguagem a ser utilizada para contribuirmos na modificação do quadro. São as estratégias compatíveis com o que se observou e o que foi relatado na queixa que caracterizam o projeto. Por esta razão, dificuldade de aprendizagem não se generaliza, nem tudo é dificuldade de aprendizagem, embora haja uma tendência de assim se considerar. É importante observar. Muitos comportamentos são comuns e por isso se rotula. Cuidado!

A intervenção psicopedagógica é também acolhimento. O respeito e o interesse do profissional pelo indivíduo, o que demonstra com seus gestos, sua voz e o contato físico, podem dizer muito. As crianças nos observam tanto quanto as observamos, portanto, olhar nos olhos com carinho e sorriso na voz, são expressões que revelam muito de nós e transmitem nossa energia.

Outro fator importante, é a escuta. Muitas crianças não são ouvidas e se fossem, seria o suficiente para iniciar sua organização interior.

Ao ouvir a criança, repita para ela de maneira resumida e clara o que escutou. Esta atitude demonstra que ao falar, ela manifestou o motivo pelo qual procurou ajuda e sente-se compreendida. Quebre qualquer mensagem de superioridade, você pode e deve demonstrar seus sentimentos, falar de suas dificuldades, que também precisa de ajuda para algumas coisas, que se esforça para consegui-las, e que é preciso tentar sempre.  

Finalmente, perceba a modalidade da criança que está com você e como pode trabalhar com ela.  Do que ela precisa? É de contato físico? É que você seja mais condutiva? Ou, ao contrário, que ela conduza mais? Encontrar as respostas é encontrar a modalidade, ou seja, o estilo,  o anseio de cada um, que nem sempre é dificuldade de aprendizagem, mas o fio condutor para que a criança seja o agente principal de sua mudança.

Pense nisso!

Liliam Abrão Martins, Professora, Psicopedagoga, Analista de Conteúdo do Instituto Passadori de Comunicação Verbal.

São Paulo, 26 de maio de 2013.


domingo, 19 de maio de 2013

Mini mesas


Pequenas mesas  que muitas vezes são usadas apenas como criados-mudos ou apoio lateral, podem ter ótima função e beleza na decorção. Uma peça de família, ou um ''achado '' especial, quando combinados com criatividade  e bom gosto, trazem efeitos interessantes.

Veja algumas produções.

Esta mesa alta por exemplo, é de família e  com a pequena abaixo ficou uma produção alegre e delicada. Você pode encontrar mesas pequenas em lojas com temas da Indonésia e se inspirar mais. A baixinha tinha nas cores natural e branca. Gostei do contraste entre as duas!







Nesta produção o uso da pequena mesa abaixo da bancada permite ganhar espaço e completar um vão amplo.


O clássico trio!



Curta suas mesinhas! Brinque com os adornos, peças e formas divertidas de deixá-las embaixo de outras mesas!